Perdida na História

Perdida na História

domingo, 24 de julho de 2011

"A trilha de lágrimas"

Devido a vários propósitos, nomeadamente, vir a ocupar e a explorar as terras ocupadas pelos nativos, "o homem branco" levou a cabo uma das acções mais tristes da sua História, e tão esquecida por todos.

A Trilha ou Caminho das Lágrimas foi o nome atribuído pelos nativos americanos às viagens de recolocações e migrações forçadas, orientadas pelo governo dos Estados Unidos da América às variadas tribos de índios que seriam agregadas no chamado "Território Indígena" (actual Estado de Oklahoma), consoante a política de remoção indígena.


A referência à "Trilha das Lágrimas" foi extraída de uma descrição de um nativo da Nação Choctaw em 1831.


Os nativos sofreram intensamente com as remoções e vários faleceram durante as viagens e acampamentos forçados: estima-se que, da tribo Cherokee, de uma população de 15 000, pereceram cerca de 4 000 índios.
Centenas de escravos e afro-americanos libertos, que habitavam com os índios, acompanharam-nos nas transferências pela Trilha.


Em 1830, os povos Cherokee, Chickasaw, Choctaw, Creek e Seminole, designadas por alguns de " As Cinco Tribos Civilizadas", viviam com independência política e deveriam ser considerados americanos do sul. O processo de "transformação cultural" proposto por George Washington e Henry Knox, já acontecia com muita evidência, particularmente entre os Cherokees e os Choctaw.
Considerou-se, inicialmente, que a remoção dos índios fora proposta primeiramente por Thomas Jefferson. Porém, Andrew Jackson foi o primeiro presidente americano que, efectivamente, implementou uma modificação a tal nível, com a aprovação da Lei de 1830, o "Indian Removal Act".
Em 1831 a tribo Choctaw inaugurou a remoção e com isso foi criado o modelo aplicado às restantes tribos.
Depois dos Choctaw, foi a vez dos Seminole (1832), dos Creeks (1834), Chickasaw (1837) e, finalmente, os Cherokee (1838). (Estima-se que entre 2 500 a 6 000 índios tenham falecido durante a remoção).


Seminole
 De 5 000 a 6 000 Choctaws conseguiram permanecer no Mississippi, em 1831. Estes Choctaws que preferiram ficar, foram alvo de intimidação legal e perseguição: viram as suas casas derrubadas e incendiadas, assim como o gado debandado.

Em 1838, a nação Cherokee foi removida das suas terras na Georgia para a actual Oklahoma, o que resultou na morte de aproximadamente 4 000 índios. Na linguagem Cherokee, o evento é chamado de Nunna daul Isunyi—“O caminho onde eles choraram”.

A trilha Cherokee das lágrimas resultou do Tratado de New Echota (hiperligação!), documento com base na lei de 1830 (Indian Removal Act). O tratado assinado pelo Partido Ridge nunca foi aceite pelos líderes, ou pela maioria da tribo Cherokee, representada no Partido Ross.

As tensões entre a Georgia e os Cherokees acirraram- se com a descoberta de ouro nas proximidades de Dahlonega, Georgia, em 1829. Foi a primeira corrida do ouro na história dos EUA.

pepitas de ouro

Com o Tratado de New Echota e a resistência ao mesmo, o sucessor de Jackson, o presidente Martin Van Buren elaborou as milícias da Georgia, Tennessee, Carolina do Norte e Alabama para manter 13 000 Cherokees acampados, até que fossem enviados para o Oeste. Aqui, a maioria das mortes aconteceu por difterias, infecções e gripes que arrasaram aqueles acampamentos. Um dos soldados da operação sob as ordens do general Winfield Scott, escreveu:
“Eu lutei nas guerras entre países e atirei em muitos homens, mas a remoção Cherokee foi o trabalho mais cruel que eu conheci”.
Os Cherokees removidos acabaram por se fixar, inicialmente, nas proximidades de Tahlequah, Oklahoma.
Cherokees
Os líderes políticos que conduziram aos tratados de Nova Echota e a Trilha de Lágrimas foram assassinados (Major Ridge, John Ridge e Elias Boudinot); dos líderes do Partido Ridge, apenas Stand Watie escapou da morte.
Major Ridge, John Ridge e Elias Boudinot

Quanto à população Cherokee, esta recuperou-se, sendo hoje o maior grupo nativo americano. Todas as restantes tribos ficaram drasticamente reduzidas.

Engraçado como nunca se fala deste evento nas aulas de História. Como tudo isto tende a passar ao lado. Como nos querem fazer passar a mensagem, a nós europeus, de que índios só existiram nos filmes americanos (onde são especialmente "os maus") ou nos filmes de desenhos animados. Continua tudo tão errado...

4 comentários:

  1. Nas aulas de história se fala disto sim, o fato é que isso continua acontecendo nos dias de hoje. O governo chama de desapropriação. Só mudou o nome.

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  2. Weyden, agradeço o comentário.
    Quando refiro que este assunto não é mencionado nas aulas de História. referia-me especificamente aqui à Europa, nunca tivemos conhecimento desta tragédia.
    Agradeço o comentário uma vez mais :)

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  3. Os "livros de História", que por motivos óbvios falam a visão dos invasores, já que são eles quem os escrevem, cuidam de invisibilizar a História e os legítimos direitos dos Povos Nativos da América. A verdade é que Eles sofreram processos de contínuos genocídios, de extermínios, tanto do ponto de vista físico, quanto do ponto de vista moral e cultural. Rios de sangue foram derramados, torturas inomináveis praticadas contra estas nações que viviam uma vida plena de liberdade e de respeito para com a Natureza, para com A Obra do Criador e de uns para com os outros; e tudo que desejavam era continuarem sendo o que sempre foram: Pessoas Livres, que amavam a vida com a Honra que Vida merece, cheios de incessante Gratidão para com a abundância que O Criador através da Natureza lhes oferecia, e por isso mesmo cheios de festividades para com Ela. Os invasores, que se diziam cristãos, "evangélicos", eram apenas devastadores, abomináveis. neles não há verdade alguma. Mas aqueles que eles devastaram serão seus juízes e juízos no Dia do Senhor Deus da Glória. Porque quando aqueles que não tem lei guardam naturalmente as coisas que são da justiça da Lei, não tendo eles Lei. para si mesmos são Lei. e aquele que é fisicamente incircunciso,ao cumprir naturalmente, em seu viver a justiça da Lei julgará a ti, que és transgressor da lei, apesar delas teres conhecimento pelas Escrituras (Romanos 2:14-15-26-27).

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