Perdida na História

Perdida na História

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Erro crasso!

Esta famosa expressão tem uma origem muito longínqua no tempo. De facto, Crasso existiu mesmo, e terá cometido um erro tão deplorável que ficou para a História.


Marcus Licinius Crassus Dives (115 a.C. – 53 a.C.) foi um patrício, general e político romano do fim da Antiga República romana. Dirigiu a vitória decisiva de Lúcio Cornélio Sula na Batalha da Porta Collina, tendo esmagado a revolta dos escravos, liderada por Espártaco (sim! Espártaco terá existido também!).

Crasso

A importância de Crasso na história resulta, porém, do auxílio financeiro e político que concedeu ao jovem nobre empobrecido Caio Júlio César, apoio que lhe permitiria o seu sucesso na carreira política.

Chegou a um pacto secreto com Júlio César e Cneu Pompeu Magno, o chamado Primeiro Triunvirato, para ficarem com o poder em Roma. Apesar da sua famosa riqueza, ansiava a glória militar.

Júlio César, Pompeu e Crasso

César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha, assim, uma ideia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo domínio ocupava, na época, grande parte do Oriente Médio - Irão, Iraque, Arménia e outros.

Em Novembro do ano 55, Crasso abandona Itália para se dirigir à sua nova província, onde montaria uma magnificente expedição contra o império Parto (Inverno de 55–54 a.C.) No mês de Junho de 53 a.C., o exército de Crasso (composto por sete legiões e tropas auxiliares) foi massacrado na Batalha de Carras — frente da superioridade da cavalaria inimiga — nas proximidades de Carras.



Mais de 20.000 soldados perderam a vida e cerca de 10.000 foram feitos prisioneiros ; a cabeça e a mão direita de Crasso foram levadas ao rei parto, Orodes II, como triunfo, havendo relatos que terá ficado exposta nas portas da cidade principal por meses...

Efectivamente, nesta batalha, Crasso cometeu uma série de falhas grosseiras. Confiou excessivamente na superioridade numérica das suas tropas, abandonou as tradicionais tácticas militares romanas e, na inquietação de chegar prontamente ao inimigo, atacou cortando caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi brutalmente dizimado. Estes equívocos passaram à História através da expressão erro crasso, que remete a uma falha grosseira de planeamento, com consequências trágicas.

Levonian, professor de Letras da Universidade Luterana do Brasil,  explica que a expressão "erro crasso" é parente de outras, como "calcanhar de aquiles" ou "vitória de pirro", ambas remetem a histórias da antiguidade. "Elas disseminaram - se principalmente no século XIX e no início do século passado. Estudar a Era Grega e Roma era comum, e esses acontecimentos acabavam por se transformar em expressões de quem queria demonstrar alguma erudição", comenta o professor.

O pior é que, em latim, crassus também é um adjectivo e significa "graxo", ou gordo. Segundo Levonian, “gordo” em nada se relaciona com a expressão: “um erro crasso” é assim chamado devido à enormidade de incompetência e ignorância  militar de Marco Licinius Crasso, eternizado na expressão “erro crasso”, existente na maioria dos idiomas.

4 comentários:

  1. Bonito como é descrito essa guerra em um livro que eu li
    Dizia do arco compósito dos partas que eram feitos com lâminas de chifre de algum animal, eram curtos e duros pra puxar, emitiam som de flexa cortando o ar ou o som do arco ao disparar uma flexa, isso eu não sei. A cavalaria parta negaceava combate,e contra atacava, destroçando completamente o exército romano

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  2. Força dos romanos não só eram sua táticas de guerra, mas também prudência contra o inimigo, saber a hora de atacar ou não,Júlio César jamais perderia essa guerra

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  3. Força dos romanos não só eram sua táticas de guerra, mas também prudência contra o inimigo, saber a hora de atacar ou não,Júlio César jamais perderia essa guerra

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  4. Força dos romanos não só eram sua táticas de guerra, mas também prudência contra o inimigo, saber a hora de atacar ou não,Júlio César jamais perderia essa guerra

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