Perdida na História

Perdida na História

domingo, 14 de agosto de 2011

Skull and Bones

Yale é, senão a melhor, das melhor universidades dos EUA. O valor das propinas é tal que só os mais ricos ou só aqueles com enorme intelecto (com bolsas de estudo) lá conseguem ingressar. Desta forma, não é de admirar que os alumni (estudantes) estejam sempre em altos cargos, diversas vezes associados ao poder. Por outro lado, em Yale existe uma sociedade secreta que consegue impelir a elite de entre a elite para as posições mais poderosas do mundo, quer posições na CIA, quer mesmo a Presidência dos EUA. Muitos crêem que é o "braço" americano dos Illuminati. O seu nome é Skull and Bones.



Yale

O aluno mediocre

     George W.Buh, aluno fraco, descendente de uma das mais poderosas familias mundiais, frequentou Yale nos anos 60 e, tal como o seu pai, ingressou na Skull and Bones. Para um homem com modestas capacidades inegáveis, atingiu o verdadeiro poder, que só o dinheiro e a influência podem conseguir. O facto do seu adversário em 2004, nas presidenciais, John Kerry também ter frequentado Yale nao é de espantar. O facto de ele ser também da Skull and Bones, já é alguma coincidência...

O benfeitor

     Elihu Yale, famoso benfeitor de yale, nasceu perto de Boston, a 5 de Abril de 1649.Educado em Londres, fez uma larga fortuna na Companhia das Índias Orientais e Britânica. Mais tarde, torna-se governador do forte de S.George (importante posto de troca e centro diplomático). Depois de diversos donativos, deram o seu nome à universidade em 1718.

     Quase 60 anos depois, um membro do "Culper Ring"(primeira agência de inteligência americana) foi enforcado em Nova Iorque, tornando-se um membro da Revolução Americana.
     Existe de facto uma estátua sua no velho campus de Yale, pelo que Yale desde sempre ficou interligada de uma forma única com os serviços de informação americana, actualmente com a CIA (na sede da CIA, em Langley, existe uma estátua de Yale). Aparentemente, existiam tantos licenciados de Yale no Gabinete de Serviços Estratégicos (OSS) que a música de confraternização de Yale, a "Whiffenpoof Song", não se fazia apenas ouvir nos quadrantes neo-góticos da universidade , mas depressa se tornou no hino não oficial das OSS.

Skull and Bones

     A história da organização terá tido inicio em 1832, quando William H. Russel (cuja família fez fortuna contrabandeando ópio turco para a China) e outros 14 estudantes se tornaram nos fundadores da ordem. No ano anterior, Russel tinha estudado na Alemanha. De acordo com informações roubadas da Skull and Bones em 1876, por um grupo intitulado "The Order of File and Claw", a Skull and Bones seria um capítulo de uma associação de estudantes da universidade alemã. O general Russel , o seu fundador, esteve na Alemanha anos antes, tendo vindo para os EUA com autorização para perpectuar ali a sociedade. Muitos são os que acreditam que a sociedade alemã, seria uma sociedade conhecida na época por se dizer ser Illuminati, vindo a partilhar o emblema oficial com a nova "irmandade" : a caveira e os ossos.  


     Desde então, todos os anos, 15 caloiros são escolhidos pelos finalistas para se iniciarem. Ler os nomes das famílias que constam da Skull and Bones, assemelha-se a ler a lista de um clube privado: Taft, Jay, Bundy, Rockefeller, Goodyear, Sloane, Stimson, Phelps, Perkins, Pillsbury, Kellogg, Vanderbilt, Bush, Lovett.




     Desde 1856 têm efectuado os seus rituais de iniciação "no túmulo", um ala do campus sem janelas e coberta de vinhas. Também se julga que é dada uma substancial quantia em dinheiro a cada iniciado, como o incentivo para o sucesso pós-escolar (apesar de ser um indicativo da riqueza do financiador da ordem, Russel Trust, já que nenhum dos membros se pode queixar de falta de dinheiro).

A escolha

     Tradicionalmente, não eram admitidos na ordem membros que não preenchessem os requisitos elementares prescritos nos critérios para a identificação da classificação social elitista da facção WASP da sociedade estadunidense. Mas os ventos liberais e a política da inclusão forçaram a admissão de judeus, negros e também de descendentes de estrangeiros "bárbaros", afinal, já há "bonesmen" de ascendência chinesa.

1920

     Este é um sinal de modernidade que é enriquecido pela mais recente iniciativa de admitir a afiliação de homossexuais. Mas, apesar destas concessões liberais, a Skull & Bones mantém critérios selectivos quanto ao universo de candidatos a prováveis irmãos de ordem. Um requisito inicial é a própria educação secundária, pois há preferência por candidatos vindos de tradicionais e prestigiosas High Schools (que atendem exatamente a jovens abastados). Além do mais, a selecção leva em consideração a vivência aventureira do candidato. Pretendentes que já ousaram enfrentar selvas africanas, intempéries sul-americanas, desertos e riscos eminentes no Oriente conquistam valiosos pontos nesta fase de pretensão à filiação.


1948


Rituais?

     Ninguém sabe ao certo o que acontece. Não há relatos oficiais. Não há declarações oficiais. O que se especula, é o seguinte:

     "Os iniciantes, despidos, deitam-se num caixão que é carregado pelo salão da sede da irmandade. Eles reverenciam a insígnia da ordem (um crânio sobre dois ossos cruzados acima da inscrição "322", alusiva ao ano de 322 a.C., ano em que a deusa Eulogia apareceu no céu após a morte de um orador grego. A crença diz que ela retornaria em 1832) e depois saem do ataúde mortuário como sinal de que estão a marcar o seu renascimento para um novo mundo iluminado, guardando, cada um, num local específico, um osso entalhado com o nome do novo iniciado.

"O túmulo"



     O acto cerimonial de iniciação é cercado por gestos e actos simbólicos que inspiram controvérsias e polémicas - dizem que o velho Prescot Bush, pai do ex-presidente George Bush e avô do último presidente Bush dos EUA, George W. Bush, todos eles bonesmen, roubou o túmulo do lendário herói indígena Jerónimo para roubar os seus ossos, que teriam servido para um dos rituais da ordem secreta.


Herói Jerónimo


     Dizem que as controvertidas histórias sobre os rituais da ordem são também alimentadas pelos próprios integrantes do grupo para manter o mistério a respeito das actividades ritualísticas desenvolvidas na cripta da Skull & Bones no campus de Yale. "





     Em 1873, Outubro, 50 anos após a fundação da Ordem, o volume I, o número I da primeira e única edição da publicação The Iconoclast, proferiu as seguintes críticas à ordem:

     "A Skull and Bones escolhe os seus membros de todas as classes sociais. Eles entram no mundo do trabalho e, em muitos casos, tornam-se líderes da sociedade. Controlam Yale; conduzem a sua gestão. O dinheiro pago à universidadetem de passar pelas suas mãos e estar sujeito às suas vontades. Não há dúvida que são homens dignos, mas aqueles a quem eles olharam de cima, na universidade, não esquecem este desprezo ao ponto de lhes dar dinheiro. Em Wall Street queixam-se que a universidade lhes vem pedir ajuda em vez de pedir aos seus licenciados a sua parte...Ano após ano o mal cresce. A sociedade nunca foi tão desagradável para a universidade como hoje e é apenas este sentimento de desprezo que fecha os bolsos dos não-membros. a Ordem nunca demonstrou tanta arrogância e superioridade. Influencia a College Press e ambiciona governá-la. Não se digna a mostrar as suas credenciais, mas agarra o poder com a consciência pesada... Dizer o bem que a Ordem tem feito seria uma tarefa quase impossivel. Dizer o bem que ainda poderá fazer, mais impossivel ainda. Por um lado, temos uma fonte de bem incalculável, por outro, uma sociedade responsável por vastos e amplos crimes. É a Universidade de Yale contra a Skull and Bones! Perguntamos todos, como uma questão de direito, a qual delas deve ser permitido viver?"




     A família de Russel não foi a única a obter riqueza do contrabando de ópio. Na verdade, as drogas, o petróleo, as guerras e as armas têm construído e solidificado as bases do poder de todas as dinastias americanas e europeias. Todas as guerras, desde então, têm sido uma aplicação directa dos princípios dialécticos de Hegel - tese versus antítese, para salvaguardar e aumentar a riqueza e o poder e, em último caso, para obter uma Nova Ordem Mundial.



     De facto, são muitos os que acreditam que muitas destas mentes brilhantes de Yale estão realmente nos bastidores das guerras levadas a cabo pelos EUA, pelo fomento de guerras em África, e noutros locais, sempre com o intuito da venda fácil de armamento.



     Em termos competitivos, provavelmente, a única entidade de Yale capaz de impor uma concorrência à Skull and Bones é a Scroll & Key, e, em termos actuais, ambas possuem, respectivamente, identificações predominantes no Partido Republicano e no Partido Democrata, reproduzindo a polarização entre conservadores e liberais. Quanto a Harvard e Princeton, que formam juntamente com Yale o grupo de elite das instituições superiores dos EUA, também possuem as suas influentes ordens secretas, contudo, nenhuma delas possui tamanha actuação efectiva nos subterrâneos da política americana e mundial.

Ler mais em:

Fontes:
Bradley, M; (2005), "O manual das sociedades secretas", Fubu.

4 comentários:

  1. Olá, meu nome é Jonathan Ferrari, sou brasileiro, estudo a História da Skull and Bones a alguns anos. Estudo sobre as principais sociedades secretas, desde Royal Eye a Maçonaria. Se possível queria poder trocar idéias a respeito do seu post.

    Abraço!

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  2. Olá Jonathan,

    Desde já agradeço o interesse no blogue e o comentário. Tenho todo o interesse em saber mais e poder trocar ideias sobre este tema, já que não se encontra muita informação disponível.
    Cumprimentos cordiais,

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  3. Eu estava pesquisando sobre motores da marca alemã Yale e acabei achando seu blog no google. Parabéns pela pesquisa, muito legal e interessante esse tema. É possível vermos essa caveira (http://3.bp.blogspot.com/-4PfUdFzwaTA/TkgdJbaaanI/AAAAAAAAAOI/loNBF9A3DRg/s200/The_Skull_and_Bones.jpg) nas golas dos uniformes alemães durante a segunda guerra mundial.

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    1. Olá William,

      Agradeço o comentário. Agrada-me que o meu blogue possa ser interessante e suscitar alguma curiosidade em quem lê sobre alguns temas menos falados.

      Saudaçoes!

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