Cem anos. Há um século o transatlântico SS Titanic afunda-se. Uma nova descoberta levanta o véu. O possível motivo que terá levado um navio que estava mesmo nas vizinhanças a ignorar o pedido de ajuda do Titanic, terá sido exactamente o mesmo motivo que terá feito com que os vigias apenas tivessem visto o tão famoso iceberg minutos antes da colisão.
Um estranho fenómeno óptico talvez explique a razão para o embate do Titanic no iceberg, assim como, o não ter recebido qualquer auxílio de um navio que na altura estava bastante perto. Isto foi trazido a público pelo historiador inglês Tim Maltin, agora aqundo do centenário da tragédia.
Maltin descobriu que as condições atmosféricas naquela área, naquela noite, eram extremamente propícias à ocorrência de refração. Este novo estudo vem comprovar aquilo que os barcos que passaram pelo local relataram, inclusivé o barco que não terá prestado auxilio ao Titanic, o California. De facto, já em 1992 o Governo Inglês levou investigações a cabo que terão demonstrado que este fenómeno pouco usual poderia ter sido a causa do naufrágio. Contudo, tal explicação não ficou completa até Maltin ter explorado exaustivamente os relatos dos sobreviventes, assim como diários de bordo dos navios que passaram por ali naquela noite ou no dia seguinte.
As descobertas de Maltin
O Titanic estava a navegar a partir das águas da Corrente do Golfo, entrando naquela noite nas gélidas águas da Corrente do Labrador, onde a corrente de ar arrefecia bastante de baixo para cima. A pressão de ar extraordinariamente forte conseguia manter o ar livre de nevoeiro.
Fonte: http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html?c=y&page=1&navigation=previous#IMAGES
Por outro lado, uma inversão térmica refracta anormalmente a luz e consegue criar uma miragem: os objectos aparecem muito mais altos e mais perto do que na realidade são e estão, antes também de um falso horizonte.
Fonte: http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html?c=y&page=1&navigation=previous#IMAGES
O operador de rádio de um outro navio, o California, comunica ao Titanic a presença de gelo. Contudo, naquela noite sem qualquer luar, não se visualizava qualquer contraste, não se via “onde acabava o mar e começava o céu”. Este facto aliado a um mar calmo, sem ondas a bater nas rochas ou icebergs, conseguiu criar uma camuflagem perfeita entre o horizonte verdadeiro e o falso, criando uma capa invisível sobre o iceberg. De facto, o alarme soa tarde de mais, já o navio estava a poucos metros de distância do iceberg.
Fonte: http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html?c=y&page=1&navigation=previous#IMAGES
A juntar a tal desgraça, o navio California fica também ele envolvido num manto de camuflagem e miragem. Mesmo antes do embate entre o Titanic e oiceberg, o Titanic está a navegar dentro do campo de visão do California – “mas parecia demasiado pequeno e demasiado perto, não podia ser o Titanic”. O capitão do California, Stanley, sabia que na área apenas o Titanic tinha rádio, pelo que aquele pequeno navio, aquele pequeno barco não devia ter rádio.
Fonte: http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html?c=y&page=1&navigation=previous#IMAGES
Assim, Lord Stanley decide avisar o pequeno barco através de sinais luminosos, por código morse, que se estaria a aproximar de perigo. Quanto ao Titanic, já em grandes apuros, envia também ele sinais de Morse àquele que lhe parece ser um barco nas imediações. Ambos os navios não recebem qualquer resposta. O ar estratificado anormal distorceu os sinais. Nenhum obteve resposta.
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E o que dizer a respeito dos rockets? Foguetes a bordo do Titanic especialmente fabricados para um pedido de ajuda? Os foguetes foram efectivamente disparados a 600 pés para o ar. Contudo, qualquer um que os avistasse, como foi o caso do California, achou-os demasiados baixos para um navio como o Titanic. Aqueles que estavam a bordo do California, asseguraram em tribunal que viram os sinais de fogo, mas que não podiam ser do Titanic e, sem certezas do que estariam a ver, ignoraram.
Fonte:http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html?c=y&page=1&navigation=previous#IMAGES
Quando o Titanic afundou, por volta das 2horas da manhã, já no dia 15 de Abril, a tribulação a bordo do California simplesmente pensou que o pequeno navio, o pequeno barco tinha zarpado e continuado a sua viagem.
O historiador, que durante seis longos anos estudou todos os depoimentos dos sobreviventes, dá finalmente razão aos tripulantes, quando estes afirmaram que “o iceberg apareceu do nada, naquela noite calma” O historiador é muito firme ao afirmar “ hoje sabemos que eles tinham razão”. O investigador apercebeu-se que o Titanic sofreu uma enorme fatalidade, dado que logo na sua viagem inaugural passou por uma tempestade climática pouco comum. Houve, de facto, teorias em que se apontou como causa uma possível embriaguez do capitão, ou a própria direcção do leme estar danificada. Contudo, além de se ter mostrado que tal não correspondeu à verdade, perceberam-se também que, se o navio não tivesse virado quando viu o iceberg, se o navio tivesse chocado de frente, possivelmente não teria afundado, dado que os danos teriam sido muitíssimo inferiores.
Viagem inaugural do California, 1900
No que diz respeito a um diário de bordo específico, de um navio chamado Paula, Maltin dá bastante ênfase ao que refere como algo bastante estranho: é prática comum, ainda na actualidade, os navios medirem a temperatura do mar com regularidade. No diário do Paula, Maltin lê que a água naquele dia variou entre os 1,4 até aos 13 graus Celsius. Tal amplitude térmica parece impossível, não estivéssemos nós já na posse do conhecimento da existência deste fenómeno, que ocorre ainda hoje. O navio Marengo relata no seu diário temperaturas igualmente estranhas. Marengo terá estado no local do acidente no próprio dia, possivelmente antes do acontecimento.
Maltin esteve diversas vezes em pequenas embarcações que frequentam a Corrente do Labrador e, na actualidade, os próprios pescadores temem o fenómeno que não lhes é desconhecido: as miragens no mar, onde uma rocha ou mesmo uma ponta de gelo passa despercebida. Com base em imagens captadas de miragens nesta Corrente, Maltin calcula que o iceberg poderá ter estado cerca de 20 minutos invisível.
ver: http://natgeotv.com/uk/titanic-case-closed/galleries/recreate-the-scene
Por outro lado, tendo verificado o navio agora no fundo do mar, Maltin estima que em poucos segundos o casco lateral do navio foi rasgado, ao longo de 200metros.
Cerca de 1700 pessoas faleceram neste desastre que, aparentemente, poderá não ter tido culpa humana. Contudo, além das vitimas mortais, muitas outras pessoas viram a sua vida arruinada para sempre. O Capitão Lord Stanley ficou para sempre com a sua reputação manchada, dado que após as comissões de inquérito, a opinião geral é que ele teria sido negligente, teria simplesmente ignorado os pedidos de ajuda do Titanic. Neste momento os seus relatos acerca da impossibilidade daquele ser o Titanic, devido ao tamanho, acerca de não ter recebido respostas aos seus avisos enviados por código Morse, fazem todo o sentido.
No final, é o navio Carpathia quem acaba por responder aos apelos do Titanic, chegando ao local e transportando para os EUA os sobreviventes.
bote salva-vidas com alguns dos sobreviventes
Multidão à espera da chegada do Carpathia, Nova Iorque EUA
Fontes:
http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Did-the-Titanic-Sink-Because-of-an-Optical-Illusion.html
http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/9158258/Titanic-sank-due-to-mirage-caused-by-freak-weather.html
http://natgeotv.com/uk/titanic-case-closed/facts
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