Perdida na História

Perdida na História

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O indecifrável Manuscrito Voynich

       Considerado  o mais enigmático do mundo, o Manuscrito Voynich parece ter levantado um pouco o seu véu. Segundo notícias recentes, o departamento de Física da Universidade do Arizona terá decifrado o século em que o Manuscrito terá sido elaborado. Tudo o resto, permanece envolto num indecifrável mistério.

       "É um dos maiores mistérios da criptografia. O Manuscrito Voynich, descoberto em 1912, um livro ilustrado onde tanto as palavras como os desenhos não foram até agora compreendidos. A própria datação da obra estava envolta em polémica. Primeiro foi datada do século XIII, mas logo se chegou à conclusão de que não deveria ser anterior ao século XVI.




        Na Biblioteca Beinecke reservada para os livros mais raros de Yale encontra-se o mais enigmático manuscrito do mundo. Classificado como Manuscrito 408, trata-se de um livro com aproximadamente nove polegadas de comprimento e 235 páginas (embora algumas páginas se tenham  perdido). A escrita usada no documento é única e as suas páginas estão ilustradas com uma infinidade de gravuras e diagramas: plantas, mulheres nuas, mapas astronómicos, fórmulas químicas e outros temas curiosos. Ninguém os parece entender.


 

         Até hoje ninguém sabe precisar quem teria escrito o Manscrito, qual o idioma usado e quais os segredos que ele guarda.

         Quem o escreveu?

        A primeira menção conhecida ao Manuscrito Voynich surgiu na Corte de Imperador Rudolph II do Sacro Império Romano Germânico. Rudolph II adquiriu o Mauscrito Voynich, comprado a um vendedor desconhecido pelo montante de 600 ducados - uma quantia inacreditável para um livro que ninguém era capaz de ler e/ou perceber. Fontes afirmam que o Imperador acreditava que o livro fora escrito por Roger Bacon (c. 1220-1292), um famoso monge inglês.

        Alguns historiadores afirmam que Bacon além de ser um alquimista era também um mago, envolvido com magia e evocação de anjos, assim como um impecável forjador de documentos. Os seus pontos de vista incomuns e rivalidade com seus colegas académicos renderam-lhe muitos inimigos, tendo sido preso por razões (ainda) desconhecidas.


          Entre seus trabalhos mais importantes contam-se Opus Major, Opus Minus e Opus Tertius, consideradas obras essenciais na história das ciências. Muitos estudiosos afirmam, contudo, que o Manuscrito Voynich não terá sido escrito por Bacon.

          Bacon tinha conhecimento de criptografia - aliás como boa parte dos estudiosos da época - mas se o documento foi escrito com um alfabeto codificado, trata-se de algo muito mais complexo do que qualquer código secreto utilizado há tantos séculos atrás.



         Alguns apontam para uma inscrição no livro que identificaria Bacon como o verdadeiro autor, mas tudo indica que esse trecho tenha sido o trabalho inteligente de um falsário. Um livro creditado a Bacon, afinal de contas, teria grande valor. Outras evidências contidas nas págians do manuscrito, tais como diagramas do que parecem ser plantas do Novo Mundo, sugerem que o Manuscrito Voynich não pertence à época de Roger Bacon.

         Se o Mauscrito não é um trabalho de Roger Bacon, então quem é o responsável por ele? É possível que o responsável seja outro indivíduo extremamente enigmático, o médico e mago da Rainha Elizabeth I, John Dee (1527-1608).
         Entre 1584 e 1588, Dee visitou Praga várias vezes como convidado de Rudolph II. Sabe-se que Dee tinha muito interesse em Criptografia,  possuindo uma grande coleção de livros que pertenceram à biblioteca de Roger Bacon. Além disso, durante a sua estadia em Praga, Dee mencionou num dos seus diários o pagamento de 630 ducados, aproximadamente o mesmo valor pago por Rudolph II para comprar o afamado livro.
         O manuscrito terá passado, então, por várias pessoas desde que foi visto com Rudolph II, até ser deixado como herança para um filósofo italiano chamado Joannes Marcus Marci (1595-1667).
Pouco antes de morrer, Marci enviou o manuscrito para o seu amigo Athanasius Kircher (1602-1680). Kircher foi o criador da "Lanterna Mágica" (um tipo de ancestral do projetor de slides),sendo considerado um expert em criptografia. Efectivamente, Kircher tentou sem sucesso descodificar o Manuscrito Voynich e, antes da sua morte, o livro desapareceu sem deixar vestígios.

Passaram-se dias, anos, séculos sem que o enigma fosse conhecido. O livro nunca mais apareceu. Até que...
 
 
          O manuscrito deve o seu nome a quem o apresentou ao mundo contemporâneo: Wilfrid Michael Voynich, um livreiro norte-americano de ascendência polaca. Alegadamente, o livro terá sido adquirido em 1912, no Colégio Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati (Itália) através do padre Giuseppe Strickland.


         Dentro do manuscrito encontrava-se uma carta muito velha e centenária, cujo autor era nada mais, nada menos do que Johannes Marcus Marci. Na carta, pedia ao seu amigo Kircher que decifrasse o enigma.
          Então, quem o escreveu? Ninguém sabe.
        
           O conteúdo
        "O livro é composto por imagens de plantas que não se conhecem, de organismos marinhos, símbolos astrológicos e figuras humanas feminina. Estas são acompanhadas por um texto escrito em caracteres não identificáveis."

           O volume, escrito em pergaminho de velino, é relativamente pequeno: 16 cm de largura, 22 de altura, 4 de espessura.
          Estudos consideram que o original teria 272 páginas, em 17 conjuntos de 16 páginas cada, outros falam em 116 folhas originais, tendo 1 se perdido. Mais uma vez, não há certezas.

         Percebe-se, pelos espaços no final direito das linhas, que o texto é escrito da esquerda para a direita, sem pontuação. Análise grafológica parece mostrar uma boa fluência. No total são cerca de 170 mil caracteres, 20 a 30 letras repetem-se, umas 12 palavras aparecem só 1 ou 2 vezes;  análises estatísticas (análise de frequência de letras) dão ideia de uma língua natural, europeia, algo como inglês ou línguas românicas.



           As ilustrações retratam plantas, diagramas astrológicos, e as mulheres nuas. Estas ilustrações são estranhas, mas muito mais estranho é o próprio texto, porque o manuscrito está escrito inteiramente numa misterioso alfabeto desconhecido, que tem desafiado todas as tentativas de tradução.
            Há evidência de dois diferentes "dialectos" (investigados por Currier e D’Imperio) e mais de um escrivão, provavelmente indicando um esquema de codificação ambígua.



            Alguns estudiosos afirmaram ser um tratado sobre ginecologia; contudo, é também um facto que aparecem numerosas imagens de plantas desconhecidas e indecifráveis.

            As ilustrações do manuscrito esclarecem pouco sobre o seu conteúdo;  contudo, implicam que o livro é composto por seis “seções”, com diferentes estilos e assuntos. Excepto para a última secção, que contém apenas o texto, quase todas as páginas contém, pelo menos, uma ilustração. As secções, e os respectivos nomes convencionais, são:

            A seção “ervas" do manuscrito contém ilustrações de plantas. Cada página apresenta uma planta (duas vezes), e alguns parágrafos do texto – um formato típico de herbários europeus da época. Algumas partes desses desenhos são maiores e mais limpas, parecendo cópias de esboços vistos na secção de produtos farmacêuticos.



- Astronómicas (ou astrológicas): contém diagramas circulares, alguns deles com sóis, luas e estrelas, sugestiva de astronomia ou astrologia. Uma série de 12 diagramas retrata símbolos convencionais para as constelações do zodíaco (dois peixes de Peixes, um touro de Touro, um soldado com besta de Sagitário, etc.) Cada símbolo é cercado por exatamente 30 figuras ,em miniatura, de mulheres, a maioria delas nus, cada uma com uma estrela. As duas últimas páginas desta seção (Aquário e Capricórnio, cerca de Janeiro e Fevereiro) foram perdidas, enquanto Áries e Touro são divididos em quatro diagramas emparelhado com 15 estrelas cada. 



- Biológica: um texto denso, contínuo, intercalado com números, mostrando na sua maioria pequenas   mulheres nuas, em piscinas ou banheiras, conectadas por uma elaborada rede de tubos conectores, alguns deles claramente em forma de órgãos do corpo humano. Algumas das mulheres usam coroas. Segundo estudiosos contemporâneos, as mulheres poderiam representar a criação e o renascimento da consciência.









- Cosmológicas: diagramas circulares, de uma natureza obscura. Esta secção tem  contém uma espécie de mapa ou diagrama, que ocupa cerca de seis páginas, com nove “ilhas”, ligadas por “calçadas”, castelos e, possivelmente, um vulcão.






- Farmacêutica: muitos desenhos pensam-se ser peças isoladas de plantas (raízes, folhas, etc); objectos que se assemelham a frascos de boticário, elaboradas ao longo das margens.


           Actualidade

         Um novo estudo do Departamento de Física da Universidade do Arizona vem pôr a data da origem do manuscrito em causa. As páginas do livro (em papel velino, uma espécie de pergaminho de alta qualidade) datam do século XV, descobriu a equipa dirigida por Greg Hodgins, depois da datação de radiocarbono por espectrometria de massa com aceleradores.

        A equipa conseguiu apenas datar as páginas e não as tintas. “Seria fantástico conseguirmos determinar com a ajuda do radiocarbono a antiguidade das tintas”, afirma o investigador. Mas esse trabalho parece ser quase impossível.

        Em primeiro lugar porque, à superfície, a quantidade de tinta é pequena, sendo muito baixo o conteúdo de carbono. Depois, algumas tintas não são à base de carbono. No entanto, as cores são consistentes com a paleta utilizada no Renascimento.




           As teorias sobre o livro e sua escrita enigmática variam, desde fraude, ou uma brincadeira de quem pensava intrigar a sociedade. Mas, de acordo com estudiosos, a repetição de determinados caracteres indicam uma espécie desconhecida de informação, e não uma brincadeira à base de rabiscos sem propósitos.

         Curiosamente, algumas fontes referem que os Illuminati teriam conhecimento deste Manuscrito, assim como se crê que o entendiam.

Fontes:

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Fat man"

9 Agosto 1945





            O segundo ataque atómico americano destinava-se originalmente à cidade de Kokura. No dia 09 de Agosto de 1945, o bombardeiro B-29 “Bock's Car”, pilotado por Charles W. Sweeney, transportava uma nova bomba nuclear, "fat man",  de 3,25 m de comprimento, e 1,52 m de diâmetro, pesando 4.500 k e potência equivalente a 22 mil toneladas de TNT, com dois hemisférios de plutónio. 


"Fat man"


            “Fat Man”, (homem gordo, em alusão a Winston Churchill), não pôde ser lançada em Kokura, visto não haver visibilidade devido à neblina e fumo intenso devido ao uso da artilharia anti-aérea naquela cidade.

             O exército não desistiu, rumando para o alvo secundário: Nagasaki.




              O B-29 sobrevoou Nagasaki várias vezes, antes de uma abertura nas nuvens permitir que fosse lançado o artefacto nuclear. A explosão ocorreu às 12:01 a 503m acima da cidade e, em menos de 30 segundos, cerca de 39 000 pessoas morreram e mais de 25 000 sofreram os efeitos secundários da bomba.



              Curiosamente, prevê-se que o número de vitimas  não foi maior porque uma serra que atravessa o centro desta cidade montanhosa tenha protegido a outra metade.

              Os que não morreram no instante da explosão, habitantes mais distantes, receberam a radiação, e foram tendo mortes dolorosas posteriormente. Actualmente,  os que sobreviveram ainda sofrem os efeitos da contaminação.



            Mais tarde, Robert Lewis, co-piloto do Enola Gay (ver neste blogue "6 de Agosto de 1945"), referindo-se à explosão, escreveu no seu diário: "Meu Deus, o que foi que nós fizemos?"

         Após a segunda bomba, o Japão rendeu-se.




              Quando pensamos nos ataques com a Bomba atómica, associamos rapidamente ao grotesco "cogumelo" que se originou com as explosões ou às ruínas fantasmagóricas de um único prédio que permaneceu em pé no centro de Hiroshima, numa paisagem onde tudo o resto se transformou em cinzas e escombros. Curiosamente, não há nessas imagens a presença de pessoas.

           Tal não é um acaso. Durante décadas evitou-se mostrar o que a bomba atómica tinha efectivamente causado aos humanos de Hiroshima e Nagasaki.

             Mesmo considerando-se o grau de preconceito anti-nipónico que havia no ocidente durante a 2ª Guerra, mostrar as imagens do que as explosões causaram a seres humanos, foi censurado. Durante anos,  relatos dos sobreviventes e imagens de restos mortais que se misturaram nos escombros das cidades afectadas (cada uma na época com mais de 200 mil habitantes antes da tragédia), não puderam ser trazidos à tona na imprensa, mesmo na Europa e EUA.

           Entre os japoneses, durante décadas, as palavras "bomba atómica", "Hiroshima" e "Nagasaki" eram  tabu e raramente eram pronunciadas juntas numa mesma frase.

Curiosamente, este arco sobreviveu à bomba lançada sobre Nagasaki, e segundo parece, terá também permanecido em pé após o trágico maremoto e terramoto que ocorreram este ano, 2011.

domingo, 7 de agosto de 2011

A Guerra da ... Barba.

A Guerra da Barba ocorreu entre os anos de 1152 a 1153, envolvendo a Inglaterra e a França.

         Como senhora de uma porção substancial do que é actualmente França, Leonor de Aquitânia, com apenas 15 anos era a noiva mais desejada da Europa. O eleito foi o rei Luis VII de França que, com o casamento, estendeu os seus domínios até aos Pirinéus.

           Era desejo de Guilherme X, expresso no seu testamento, casar a filha com Luís, o Jovem, filho do rei da França (Luís VI). Em troca oferecia ao rei, como dote, a Aquitânia e Poitou.

         Entre outras coisas, Leonor estimulou o marido a participar na Segunda Cruzada, (1147 - 1149).





              Foi durante a expedição que começaram as divergências entre Leonor e Luís. Leonor era favorável à luta pela reconquista do Condado de Edessa, como estratégia de defesa do Principado de Antioquia, estado cruzado sob o domínio do seu tio Raimundo de Poitiers. Luís considerava mais importante alcançar Jerusalém. A discussão resultou numa rebelião dos cavaleiros da Aquitânia, e o exército ficou dividido. Em consequência, Luís VII decidiu atacar Damasco, mas fracassou.




             Ao voltar das Cruzadas, o rei Luís cortou a sua conhecida e muito extensa barba. Leonor, esposa do rei, utilizou este acontecimento, para obter o divórcio. 

Luis VII


            Para piorar a situação, Leonor casa-se com o rei Henrique Plantageneta II, da Inglaterra.

            Leonor, tinha um dote de seu pai, um ducado e duas províncias ao sul do país. Após o divórcio, pretendia obter novamente essas terras que estavam sob o poder de Luís VII, para oferecer ao rei de Inglaterra, então seu marido.

            Contudo, Luís VII, não concordou em devolver as terras, e declarou guerra contra a Inglaterra: a Guerra da Barba. Nesta guerra, França perdeu a batalha para a sua Nação rival.

           

           O Futuro de Leonor de Aquitânia

           A relação entre Leonor e Henrique pode ter começado antes da união oficial, como sugere o nascimento ainda no mesmo ano de 1152 de Guilherme, o primeiro filho do casal.

          No fim da década de 1160, Leonor separou-se de Henrique e retirou-se para a Aquitânia, devido (possivelmente) aos casos extra-matrimoniais do marido ou da sua insistência em interferir nos assuntos do Ducado de Leonor.

          A reconciliação nunca chegou e, em 1173 Leonor e os seus três filhos mais velhos Henrique, o Jovem, (1155 - 1183), Ricardo Coração de Leão e Godofredo revoltaram-se contra Henrique II - com o apoio de Luís VII, rei da França e ex-marido de Leonor.




        A rebelião familiar gerou outras revoltas em Poitou e motins dos vassalos do rei em grande parte dos seus feudos. Henrique II conseguiu controlar a situação, tendo mais tarde perdoado os filhos.


        Contudo, mandou prender Leonor que, acusada de ser a instigadora da revolta, permaneceu presa por 16 anos, primeiro no Castelo de Chinon, depois em Salisbury, entre outros castelos da Inglaterra.

        Em 1189, com a morte do marido e ascensão ao trono do seu filho Ricardo, Leonor é libertada e, com a partida de Ricardo para a Terceira Cruzada (1189 - 1192), tornou-se a regente da Inglaterra.


        Leonor morreu em 1204 e encontra-se sepultada na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II e Ricardo I.



Nota: Para quem aprecia bonecas de colecção, o link http://ana66.com/leonor.php mostra uma boneca dedicada a Leonor de Aquitânia.

sábado, 6 de agosto de 2011

6 Agosto 1945


        "Quando a bomba veio vi um clarão amarelo e fiquei rodeada pela escuridão. Um edifício de madeira com dois andares que era a minha casa com oito quartos ficou feito em pedaços e cobriu-me."

Fonte: http://obviousmag.org/archives/2005/08/hiroshima_6_de.html

A 6 de Agosto de 1945 foi lançada a Bomba atómica sobre Hiroshima.


         “A cidade tinha até ali sido poupada a grandes bombardeamentos e encontrava-se em grande medida intacta. Os alarmes aéreos eram considerados uma ocasião habitual.

          O alarme soou por volta das 07:00 e às 07:32 soou o alarme de «perigo passado» que sinalizava que deixara de haver perigo. Meia hora mais tarde, novamente os radares japoneses detectam, por volta das 08:00 três aeronaves a grande altitude. Por se tratar de um pequeno número de aeronaves, não foi dado qualquer alerta.



       Às 08:15 dois dos três aviões descreveram curvas ascendentes apertadas. Durante a curva uma das aeronaves lança três pára-quedas que transportam equipamentos de medida. O outro, um bombardeira B-29,lançou uma bomba atómica destinada a explodir a 562m de altitude acima da cidade.”



Enola Gay foi o nome dado ao bombardeiro B-29 que lançou a bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Foi pilotado pelo coronel Paul Tibbets Jr., Então com 30 anos, comandante do 509º Grupamento Aéreo dos Estados Unidos, que desde Fevereiro de 1945 preparava-se para a missão. A fim de realizá-la, Tibbets escolheu pessoalmente um quadrimotor B-29, baptizando-o com o nome Enola Gay em homenagem à sua mãe.


      “Ao explodir, a bomba provocou um clarão brilhante seguido de uma bola de fogo de expansão tão intensa que incinerou milhares de pessoas próximo ao centro da cidade e queimou pessoas que se encontravam a 4Km de distância."


     "Calcula-se que tenham morrido mais de 78 000 pessoas com a explosão, tendo muitos mais morrido posteriormente, vitimas dos efeitos directos de ferimentos e queimaduras ou dos efeitos nocivos da radiação.



     A primeira bomba experimental foi testada em Julho e o primeiro engenho destinado a utilização real, uma bomba de Urânio baptizada de «Little Boy» ficou pronta a 1 de Agosto de 1945. A segunda bomba, (de Plutónio e conhecida como «fat man») ficaria pronta por volta de 6 de Agosto.



      A bomba foi lançada utilizando para o efeito o bombardeiro do tipo B-29, o único com capacidade e autonomia para transportar um engenho com um peso entre 4 500 e 6 000Kg juntamente com o combustível necessário para permitir ao avião regressar.


     A segunda bomba, que destruiu a cidade de Nagazaki em 9 de Agosto, é tida como responsável pelo fim da guerra.


        Hoje muitos historiadores consideram que as autoridades militares japonesas não se aperceberam da dimensão da tragédia, pelo que não poderiam ter tempo para ajuizar seriamente sobre as consequências de ser alvo de mais ataques nucleares.

      A principal razão apontada pelos historiadores para justificar o fim da II Guerra Mundial, e a rendição do Japão após a explosão da segunda bomba, decorre de no mesmo dia em que rebentou a segunda bomba atómica, a União Soviética ter declarado guerra ao Japão.


        Seguros de que não seria possível enfrentar tanto os americanos quanto os soviéticos, a maioria dos militares tendeu a aceitar a rendição, por mais desonrosa que ela fosse para os japoneses mais tradicionalistas.


      Potência naval por excelência, que tinha perdido a guerra no mar, o Japão não poderia opor-se em terra ao poder do exército russo, contra o qual os japoneses tinham tido uma amarga experiência em 1939.”

Fonte:http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=72



     Numa entrevista após a Guerra, o General Dwight Eisenhower, que mais tarde viria a ser presidente dos EUA, disse a um jornalista: " ... os japoneses estavam prontos para se renderem e não era necessário atacá-los com aquela coisa terrível."

Este acontecimento marcou a História da Humanidade.

Foram escritas diversas músicas acerca da tragédia. Acerca de Hiroshima. A música apresentada de seguida poucas pessoas associam ao acontecimento. O seu título é Enola Gay.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Boadicea

Boadicea foi a primeira heroína nacional da Grã-Bretanha. Rainha de uma antiga tribo de Antigos Britânicos, os Icenos, comandou uma revolta  épica contra os seus opositores romanos, no ano 61dC.

     Os romanos invadiram a Grã-Bretanha no ano 43 dC. Em breve, reduziram o Sul de Inglaterra a uma província romana. Um dos métodos dos romanos para manter o controlo sobre os povos dominados consistia em conceder terras aos seus soldados que se reformavam. Seguiram também esta política na Britânia ( Grã-Bretanha), tendo tal acto revoltado em grande escala a população dos Icenos.



    Os Icenos eram uma tribo populosa que habitava as regiões que hoje constituem Norfolk, Suffolk, Huntingdonshire e Cambridgeshire.

    Enquanto o governador romano Paulino Suetónio participava em campanhas no Norte, estes ex-soldados assaltavam as quintas dos Icenos, incluindo as terras do falecido rei Prasutago. A casa real foi invadida e pilhada. A rainha Boadicea (ou Boudicca) foi torturada, assim como as suas filhas foram atacadas.

    Terá sido um erro acreditar que Boadicea se iria redimir. Os relatos da época descrevem a forma como Boadicea terá saltado para o seu carro de guerra, com as costas ainda feridas do chicote.

 
     Os habitantes de Ânglia do Leste seguiram-na na revolta. Boadicea conduziu um exército enorme de homens e mulheres em direcção ao acampamento romano no Sudoeste de Inglaterra.




    Após ferozes batalhas, Camuloduno (Colchester), Londínio (Londres) e Verulâmio (St.Albans) foram absolutamente reduzidas a cinzas. Em Verulâmio, a capital, foram mortos setenta mil romanos e colaboradores ingleses.

     Suetónio regressou e, numa batalha atroz, a campanha romana venceu, tendo aniquilado milhares de britânicos.

    Narra-se que Boadicea terá preferido envenenar-se do que voltar a cair em mãos romanas. A revolta dos Icenos foi a mais grave que os romanos enfrentaram em solo inglês. Depois da derrota de Boadicea, a conquista da Grã-Bretanha, pelos romanos foi realizada de forma muito fácil e sem grandes problemas. Junto à fronteira com a Escócia, construiram a Muralha de Adriano para afastar os "escoseses belicosos".


    Segundo uma lenda popular, Boadicea teria sido enterrado em local que fica hoje sob uma das plataformas da estação de Kings Cross, mas outras fontes sugerem também ser possível que os restos da rainha possam estar debaixo de outras plataformas da referida estação.

    Já o historiador Dion Cássio (155 dC-229 dC) sugere o contrário: que o seu corpo tenha sido queimado como heroína, de conformidade com os costumes celtas. E referindo-se à rainha na sua obra literária, diz que “ela: era alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa. Uma cascata de cabelos vermelhos alcançava seus joelhos; usava um colar dourado composto de ornamentos, uma veste multicolorida e sobre esta um casaco grosso preso por um alfinete. Carregava uma lança comprida para assustar todos os que lhe deitassem os olhos”.


    A Grã-Bretanha terá ganho bastante com a civilização romana, mas Boadicea é ainda recordada como um símbolo de resistência à invasão. A sua figura está celebrada numa estátua junto à Ponte de Westminster, em frente ao Parlamento, controlando as rédeas do seu imortal carro de guerra.    





      Além de filmes acerca da rainha Guerreira, Boudicea (hiperligação!) serviu também de inspiração para algumas melodias:

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Greve!

O Egipto atravessou períodos muito trágicos, principalmente devido à fome. Desta forma, a primeira greve registada de toda a História da Humanidade aconteceu num destes períodos, no reinado de Ramsés III, no ano 29 de 1180 a.C.
        Os salários começaram a ser escassos, pelo que os trabalhadores, então a trabalhar na construção de monumentos faraónicos, pararam de trabalhar e dirigiram-se ao palácio do vizir (semelhante a um primeiro ministro).



       Curioso referir que não há relatos da existência de “moeda” no Antigo Egipto. Efectivamente, os operários eram pagos com ferramentas, comida e cosméticos. Descobertas recentes provaram que a maquilhagem não era um elemento de beleza nos trabalhadores: era essencial para protegê-los do sol. Óleos feitos a partir da gordura de patos e gansos eram usados como protector solar, assim como cremes permitiam a fazer a pintura preta ao redor dos olhos, capaz de diminuir a incidência de luz do sol.




         Quanto à greve, os trabalhadores foram convencidos a voltar para suas casas, tendo-lhes sido prometido que o pagamento seria feito – o que não aconteceu. Os trabalhadores tiveram de protestar e insurgir-se mais algumas vezes até conseguir que o pagamento fosse efectuado, incluindo os elementos necessários para criar a maquilhagem.


         É de referir que estes problemas, que não se iniciaram no reinado de Ramsés III, deram fim ao poder da Vigésima Dinastia. Contudo, isto não impediu que, sob seu governo, o Egipto voltasse a alcançar o seu vigor e poder. Por exemplo, o Faraó preservou o domínio do Sinai e do Sul da Palestina.