A 13 de Agosto de 1521, no final de um cerco que dura há 79 dias, Hernán Cortés, enviado de Espanha, apodera-se de Tenochtitlán, a capital do Império Azteca. O mundo Americano não voltará a ser o mesmo.
O regresso dos deuses?
Inesperadamente, o conquistador espanhol e os seus respectivos homens são recebidos no espaço que é agora o México, com imensa alegria e esperança por parte do povo nativo, em 1519. A causa? Um mito Azteca falava que o deus civilizador que outrora teria ido para muito longe, viria um dia, pelos oceanos, para junto do seu povo, trazendo glória e toda a Paz para o seu povo. Desta forma, aquando da chegada de Cortés e dos seus 600 homens, o Imperador Moctezuma II, suprasacerdote religioso azteca, mais religioso do que político, recebe o espanhol tal como faria a um deus pródigo: cobre-o de honras. Cobre-o de presentes. O seu deus tinha chegado.
Possivelmente incrédulo, Cortés não nega tal hospitalidade, pelo contrário, facilita bastante o atingir do seu objectivo: obtém do azteca o reconhecimento da soberania por parte de Carlos e, em breve, o "deus" espanhol coloca o local sob tutela e exerce o poder por intermédio do imperador.
Cortés
"La noche triste"
Um começo que poderia prometer tudo de bom para o povo azteca, torna-se um pesadelo. Secretário do governador de Cuba, Diego Velázquez, Cortés abandonara Cuba para se lançar na expedição militar contra o México em 1518, sem que Diego seu chefe lhe tivesse dado autorização para tal. Por isto, é declarado rebelde, e um grupo espanhol comandado por Pánfilo de Narváez é enviado contra ele.
Deixando o seu lugar tenente Pedro de Alvarado e uma pequena guarnição em Tenochtitlán, Cortés volta à costa e facilmente vence Narváez. porém a situação transforma-se no seu regresso a Tenochtitlán. Alvarado havia massacrado a nobreza azteca no Templo da capital, a 23 de Maio de 1520. A revolta popular era massiva. A chegada de Cortés não acalma os ânimos e enquanto Moctezuma II tenta apelar à reconciliação é mortalmente atingido por algo. fontes referem ter sido uma pedra arremessada por um popular em fúria, outras fontes referem uma espadeirada disferida por um espanhol. O certo é que o Imperador Azteca morre.
No decurso dos seguintes combates, Cortés perde metade dos homens: tem de decidir pela evacuação de Tenochtitlán. É "la noche triste" de 30 de Junho para 1 de Julho de 1520.
Vingança, vingança, vingança.
Cortés regressa. No dia 7 de Julho consegue uma grande vitória sobre os aztecas em Otumba, após reorganizar as suas tropas: a larga minoria espanhola é auxiliada por um forte componente bélico, aço contra madeira, bestas contra arco e flechas e cavalos que permitiam uma mobilidade incomparável. Graças ao descanso que esta vitória lhe traz, Cortés encaminha os seus homens para o reino vizinho de Tlaxcala, que submetera em 1519 antes de penetrar no reino azteca e que lhe fica fiel por ódio ao Império Azteca. Nos meses seguintes, Cortés refaz calmamente as suas forças militares, assim como recebe novo armamento de Cuba e da Jamaica.
Dirige-se novamente a Tenochtitlán onde uma epidemia de varíola, introduzida por um escravo negro da sua escolta, dizima a população. No últimos dias de Dezembro torna-se senhor do lago sobre o qual a cidade está construída, começando o verdadeiro cerco em 26 de Maio de 1521. 650 soldados de infantaria, 194 mosqueteiros e fundibulários, 84 cavaleiros, algumas peças de artilharia e auxiliares índios em grande número participam na operação; 13 navios rápidos (bergantins) controlam as águas do lado. A 16 de Junho é feito um primeiro assalto à cidade, cuja já não tinha acesso a água potável. Apesar de não ter tido um sucesso a 100%, a pouco e pouco conseguem tomar todos os bairros da cidade, que vão arrasando à medida que passam, a fim de evitarem a resistência de lançadores de pedras colocados em cima do telhado.
A 13 de agosto de 1521 o imperador Cuauhtémoc é feito prisioneiro. Vai ser executado anos mais, tal como o Império Azteca.
Lago sobre o qual a cidade está construída
Continuar.
Dominado o Imperador Azteca, Cortés lança outras
expedições, desta vez em direcção ao Sul, por forma a anexar territórios de Yucatán,
Honduras y Guatemala.
Os detalhes da conquista do território agora denominado México,
assim como os argumentos que justificavam as decisões de Cortés, foram expostos
nas quatro Cartas de relación que enviou ao rei espanhol.
Cortés em Espanha
Em 1522, Cortés foi nomeado governador e capitão geral da Nueva
España (nome dado ao actual México). Contudo, a coroa espanhola neste momento
tentou implementar medidas por forma a reduzir os poderes entregues aos
chamados “Conquistadores”. Assim, em 1528, funcionários reais apareceram na
Nueva españa por forma a começarem a dividir a autoridade de Cortés, até à sua
completa destituição do cargo, quando é enviado para Espanha.
Em Espanha, consegue sair absolvido de toda e qualquer acusação,
sendo ainda nomeado Marquês do Valle de Oaxaca, assim como mantém o cargo
honorífico de Capitão Geral, apesar de não ter
funções governativas.
Continuar a vida antiga
De volta ao México em 1530, cortés volta a organizar expedições de
Conquista, onde tenta incorporar a Baixa California ao México. Novamente de regresso
a Espanha, tenta obter favores como pago de todos os serviços prestados, pelo
que acaba por conseguir uma expedição contra Argel, em 1540, apesar das suas
exigências nunca terem tido completo atendimento.
As preocupações de Cortés
Cortés escolhe uma população próxima de Sevilha para se aposentar.
Reúne com frequência uma tertúlia literária e humanística, onde são discutidos
diversos assuntos, como a religião. Apesar de todos os seus selváticos crimes,
Cortés era um fervoroso católico com preocupações morais interessantes, tais
como se seria ou não legítimo escravizar um índio...
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