Perdida na História

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Carmina Burana, o Mosteiro e os Monges

      A palavra Carmina é o plural de Carmen (em português, Canção). "Carmina Burana" significa literalmente: Canções dos Beurens; esta última palavra refere - se ao facto de que os textos escolhidos para esta cantata secular foram descobertos em 1803 num velho e deserto Mosteiro beneditino da Baviera, em Benediktbeuren, no sudoeste da Alemanha.
Esta cantata é adornada por um símbolo da Antiguidade: a Roda da Fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente a boa e a má sorte, sendo o poema uma parábola da Vida Humana exposta a constante mudança.

"A roda da Fortuna"
Nos poemas, é feito o apelo à Deusa da Fortuna (Fortuna = Sorte), muita adorada na Roma Antiga, (O Fortuna, Velut Luna), dividindo-se a obra em 3 partes:
- o encontro do Homem com a Natureza, principalmente com o despertar na Primavera (Veris eta facies);
-  o encontro com os dons da Natureza, culminando com o dom do vinho (In taberna);
-  finalmente,  o encontro com o Amor (Amor volat undique).


A maioria dos mais de duzentos poemas sacros e seculares remonta ao século XIII e foi escrita por um grupo profano de monjes errantes, os Goliardos. Estes monges e menestréis, sozinhos e entregues a si próprios, passavam o seu tempo a dedicar-se aos prazeres mundanos, pelo que os seus poemas fazem a crónica das suas "obsessões".
"Carmina Burana", Carl Orff


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Em latim

Em português
O Fortuna,
Ó Sorte,
Velut Luna
És como a Lua
Statu variabilis,
Mutável,
Semper crescis
Sempre aumentas
Aut decrescis;
Ou diminuis;
Vita detestabilis
A detestável vida
Nunc obdurat
Ora oprime
Et tunc curat
E ora cura
Ludo mentis aciem,
Para brincar com a mente;
Egestatem,
Miséria,
Potestatem
Poder,
Dissolvit ut glaciem.
Ela os funde como gelo.
Sors immanis
Sorte imensa
Et inanis,
E vazia,
Rota tu volubilis
Tu, roda volúvel
Status malus,
És má,
Vana salus
Vã é a felicidade
Semper dissolubilis,
Sempre dissolúvel,
Obumbrata
Nebulosa
Et velata
E velada
Michi quoque niteris;
Também a mim contagias;
Nunc per ludum
Agora por brincadeira
Dorsum nudum
O dorso nu
Fero tui sceleris.
Entrego à tua perversidade.
Sors salutis
A sorte na saúde
Et virtutis
E virtude
Michi nunc contraria
Agora me é contrária.
Est affectus
Et defectus
E tira
Semper in angaria.
Mantendo sempre escravizado
Hac in hora
Nesta hora
Sine mora
Sem demora
Corde pulsum tangite;
Tange a corda vibrante;
Quod per sortem
Porque a sorte
Sternit fortem,
Abate o forte,
Mecum omnes plangite!
Chorai todos comigo!

Fonte: http://orbita.starmedia.com/carminaburana2/origem.htm

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