Boadicea foi a primeira heroína nacional da Grã-Bretanha. Rainha de uma antiga tribo de Antigos Britânicos, os Icenos, comandou uma revolta épica contra os seus opositores romanos, no ano 61dC.
Os romanos invadiram a Grã-Bretanha no ano 43 dC. Em breve, reduziram o Sul de Inglaterra a uma província romana. Um dos métodos dos romanos para manter o controlo sobre os povos dominados consistia em conceder terras aos seus soldados que se reformavam. Seguiram também esta política na Britânia ( Grã-Bretanha), tendo tal acto revoltado em grande escala a população dos Icenos.
Os Icenos eram uma tribo populosa que habitava as regiões que hoje constituem Norfolk, Suffolk, Huntingdonshire e Cambridgeshire.
Enquanto o governador romano Paulino Suetónio participava em campanhas no Norte, estes ex-soldados assaltavam as quintas dos Icenos, incluindo as terras do falecido rei Prasutago. A casa real foi invadida e pilhada. A rainha Boadicea (ou Boudicca) foi torturada, assim como as suas filhas foram atacadas.
Terá sido um erro acreditar que Boadicea se iria redimir. Os relatos da época descrevem a forma como Boadicea terá saltado para o seu carro de guerra, com as costas ainda feridas do chicote.
Os habitantes de Ânglia do Leste seguiram-na na revolta. Boadicea conduziu um exército enorme de homens e mulheres em direcção ao acampamento romano no Sudoeste de Inglaterra.
Após ferozes batalhas, Camuloduno (Colchester), Londínio (Londres) e Verulâmio (St.Albans) foram absolutamente reduzidas a cinzas. Em Verulâmio, a capital, foram mortos setenta mil romanos e colaboradores ingleses.
Suetónio regressou e, numa batalha atroz, a campanha romana venceu, tendo aniquilado milhares de britânicos.
Narra-se que Boadicea terá preferido envenenar-se do que voltar a cair em mãos romanas. A revolta dos Icenos foi a mais grave que os romanos enfrentaram em solo inglês. Depois da derrota de Boadicea, a conquista da Grã-Bretanha, pelos romanos foi realizada de forma muito fácil e sem grandes problemas. Junto à fronteira com a Escócia, construiram a Muralha de Adriano para afastar os "escoseses belicosos".
Segundo uma lenda popular, Boadicea teria sido enterrado em local que fica hoje sob uma das plataformas da estação de Kings Cross, mas outras fontes sugerem também ser possível que os restos da rainha possam estar debaixo de outras plataformas da referida estação.
Já o historiador Dion Cássio (155 dC-229 dC) sugere o contrário: que o seu corpo tenha sido queimado como heroína, de conformidade com os costumes celtas. E referindo-se à rainha na sua obra literária, diz que “ela: era alta, terrível de olhar e abençoada com uma voz poderosa. Uma cascata de cabelos vermelhos alcançava seus joelhos; usava um colar dourado composto de ornamentos, uma veste multicolorida e sobre esta um casaco grosso preso por um alfinete. Carregava uma lança comprida para assustar todos os que lhe deitassem os olhos”.
A Grã-Bretanha terá ganho bastante com a civilização romana, mas Boadicea é ainda recordada como um símbolo de resistência à invasão. A sua figura está celebrada numa estátua junto à Ponte de Westminster, em frente ao Parlamento, controlando as rédeas do seu imortal carro de guerra.
Além de filmes acerca da rainha Guerreira, Boudicea (hiperligação!) serviu também de inspiração para algumas melodias:
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