Perdida na História

Perdida na História

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Fat man"

9 Agosto 1945





            O segundo ataque atómico americano destinava-se originalmente à cidade de Kokura. No dia 09 de Agosto de 1945, o bombardeiro B-29 “Bock's Car”, pilotado por Charles W. Sweeney, transportava uma nova bomba nuclear, "fat man",  de 3,25 m de comprimento, e 1,52 m de diâmetro, pesando 4.500 k e potência equivalente a 22 mil toneladas de TNT, com dois hemisférios de plutónio. 


"Fat man"


            “Fat Man”, (homem gordo, em alusão a Winston Churchill), não pôde ser lançada em Kokura, visto não haver visibilidade devido à neblina e fumo intenso devido ao uso da artilharia anti-aérea naquela cidade.

             O exército não desistiu, rumando para o alvo secundário: Nagasaki.




              O B-29 sobrevoou Nagasaki várias vezes, antes de uma abertura nas nuvens permitir que fosse lançado o artefacto nuclear. A explosão ocorreu às 12:01 a 503m acima da cidade e, em menos de 30 segundos, cerca de 39 000 pessoas morreram e mais de 25 000 sofreram os efeitos secundários da bomba.



              Curiosamente, prevê-se que o número de vitimas  não foi maior porque uma serra que atravessa o centro desta cidade montanhosa tenha protegido a outra metade.

              Os que não morreram no instante da explosão, habitantes mais distantes, receberam a radiação, e foram tendo mortes dolorosas posteriormente. Actualmente,  os que sobreviveram ainda sofrem os efeitos da contaminação.



            Mais tarde, Robert Lewis, co-piloto do Enola Gay (ver neste blogue "6 de Agosto de 1945"), referindo-se à explosão, escreveu no seu diário: "Meu Deus, o que foi que nós fizemos?"

         Após a segunda bomba, o Japão rendeu-se.




              Quando pensamos nos ataques com a Bomba atómica, associamos rapidamente ao grotesco "cogumelo" que se originou com as explosões ou às ruínas fantasmagóricas de um único prédio que permaneceu em pé no centro de Hiroshima, numa paisagem onde tudo o resto se transformou em cinzas e escombros. Curiosamente, não há nessas imagens a presença de pessoas.

           Tal não é um acaso. Durante décadas evitou-se mostrar o que a bomba atómica tinha efectivamente causado aos humanos de Hiroshima e Nagasaki.

             Mesmo considerando-se o grau de preconceito anti-nipónico que havia no ocidente durante a 2ª Guerra, mostrar as imagens do que as explosões causaram a seres humanos, foi censurado. Durante anos,  relatos dos sobreviventes e imagens de restos mortais que se misturaram nos escombros das cidades afectadas (cada uma na época com mais de 200 mil habitantes antes da tragédia), não puderam ser trazidos à tona na imprensa, mesmo na Europa e EUA.

           Entre os japoneses, durante décadas, as palavras "bomba atómica", "Hiroshima" e "Nagasaki" eram  tabu e raramente eram pronunciadas juntas numa mesma frase.

Curiosamente, este arco sobreviveu à bomba lançada sobre Nagasaki, e segundo parece, terá também permanecido em pé após o trágico maremoto e terramoto que ocorreram este ano, 2011.

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