Perdida na História

Perdida na História

terça-feira, 26 de julho de 2011

Identidade desconhecida.

França, século XVII.
Por volta do ano 1679, durante o reinado do rei Sol, Luis XIV, foi ordenado a De Saint-Mars, na época, era comandante da fortaleza e prisão de Pignerol, na Savóia, que tomasse como sua responsabilidade pessoal um certo prisioneiro.
Luis XIV

O condenado, em termos práticos, não existia, visto não ter sido elaborado qualquer registo escrito sobre ele; além do “nome” (o "Máscara de Ferro"), ninguém sabia absolutamente nada acerca deste homem, nem idade, nem proveniência.

Era, sem dúvida alguma, fora do comum, mesmo para os locais, a peculiaridade deste preso, o esmero de crueldade e a tortura constante em que o mantinham: o rosto do prisioneiro ficava totalmente escondido sob uma máscara aveludada preta, ligada automaticamente a um "colarinho"de ferro, cujo mecanismo impossibilitava a sua remoção sem ajuda de outra pessoa

 Segundo depoimentos da altura, embora o reconhecimento facial do preso fosse inexistente, os seus movimentos leves e maneiras requintadas e distintas, conduziam a uma dedução: deveria ser ainda jovem e da nobreza.
Por questões especificas, o "Máscara de Ferro", na maior parte do tempo, era mantido muito distante das vistas dos demais presos, inclusivamente, sendo a ala do calabouço, na qual ficava a sua cela, muito bem guardada. Para completar a segurança, um convívio restrito com a os guardas, sendo apenas uma pessoa escolhida para tal serviço. Apesar do cuidado extremo na segurança deste homem, era tratado por todos com delicadeza e respeito, principalmente pelo Sr.De Saint-Mars, comandante da prisão.


Saint Mars viaja
Em 1681, Saint Mars foi deslocado para o comando do baluarte de Exilles, em Turim, que, naquela época, era francês. O preso também foi transferido e mantido como tal por seis anos, ou seja, no período completo em que durou estadia de Mars ali.
Saint Mars é transferido, em 1687, para o Mediterrâneo, como comandante da Ilha de Santa Margarida e, mais uma vez, o "Máscara de Ferro", ainda sob a sua responsabilidade, foi conduzido para outra prisão.

 prisão de Exilles

Tentativas falhadas




O infeliz prisioneiro, encarcerado na masmorra da fortaleza, tentou em vão, desesperadamente, estabelecer contacto com o mundo exterior: “com os poucos recursos que dispunha, ora através de fiapos de linho, ora com materiais residuais, tentava a todo custo revelar a sua identidade, com mensagens subtis ou simbologia incógnita, pelo menos para quem os encontrava". Todo o seu esforço foi em vão, não demorando a ser descoberto pela guarda local, causando-lhe assim, uma vigilância redobrada.

A Bastilha

 Permaneceu preso por aproximadamente 11 anos, quando, em 1698, Saint Mars, afastado do comando da ilha, para ir dirigir a prisão "A Bastilha", construída em 1370, já célebre por ter albergado os mais diversos e notáveis personagens.

Como das vezes anteriores, Mars recebeu ordens expressas para levar o "Mascara de Ferro" para a Bastilha.

Foi uma longa viagem, planeada com detalhes cautelosos, equipada com uma robusta escolta de soldados para proteger as duas carruagens utilizadas no translado.
Todas as refeições de Saint Mars, foram sempre acompanhadas pelo misterioso prisioneiro. “O militar, tinha ao seu alcance, devidamente preparadas, duas pistolas sobre a mesa, para que não duvidassem da seriedade e do zelo no cumprimento do dever”.


Tal como anteriormente, também na Bastilha, nenhum registo do infeliz prisioneiro terá sido feito, permanecendo dessa forma, por mais cinco longos anos. Pelos vistos, todas as suas celas estavam separadas do exterior por várias portas, para que nada fosse ouvido no exterior. Só Mars contactava directamente com o infeliz prisioneiro.


Novembro de 1703

 Subitamente e de uma forma totalmente inexplicável, o Máscara de Ferro adoece num dia e morre no dia seguinte.
Terá sido enterrado no cemitério de Saint-Paul, e aí sim, pela primeira vez, seu suposto nome foi revelado, constando dos registos, como sendo De Marchiel, com 45 anos de idade.
Após a sua morte, todos os seus pertences foram queimados.


A identidade revelada?

Em 1711, a cunhada do rei, a Princesa Palatine, mencionou a história numa carta à sua tia.
  O prisioneiro foi tratado muito bem”, ela disse, “mas dois mosqueteiros vigiavam-no o tempo todo, prontos para matá-lo caso ele tentasse tirar a sua máscara. Ele odiava a sua máscara, dormia com a máscara, e provavelmente morreu com a máscara”.
Durante os mais de vinte anos que esteve preso, por maior segredo que se tenha criado, os sussurros foram espalhados, por toda a França, no reinado de Luis XIV.


Várias foram as versões que surgiram referente à “lenda” do homem da Máscara de Ferro;

Teorias:

- Seria o irmão gémeo do Rei, tendo sido excluído, pelo cardeal Richelieu, para poder preservar a integridade do governo da França; o motivo da colocação de uma máscara, foi o de proteger a sua verdadeira identidade, evitando que os cidadãos percebessem a grande semelhança com o Rei. -  Ana, da Áustria, mãe de Luís XIV, teria desposado secretamente Mazarine, seu ministro, tendo, como resultado da união, um filho, um irmão consanguíneo de Luis XIV.

- Seria o duque de Mommouth, um pretendente ao trono da Inglaterra.

-Outra versão chama a atenção para a probabilidade do prisioneiro poder ser o filho do Rei, com uma das suas amantes Lavaltiere, Montespan ou Maintenon.

O mistério em torno do "Máscara de Ferro sempre intrigou os historiadores. Consta que o próprio Voltaire acreditava na versão, de que o cativo não era outro senão o filho mais velho de Ana da Áustria.


 “A versão aparentemente mais confiável, e acreditada na época, afirmava que o prisioneiro era o conde Mattoli, agente do duque de Mântua e que havia sido encarregado das negociações para entrega da cidade de Casale à França, tendo caído no desagrado do rei pelo modo como conduzira o "affaire". Segundo se afirmou; o rei mandara prendê-lo secretamente, entregando-o à guarda permanente de Saint Mars, que era, então, o comandante de Pignerol.”

Na destruição da Bastilha, em 1789, com a destruição dos arquivos, tornou extraordinariamente difícil novas investigações.


 Em 1872, Jung, oficial de gabinete que tinha acesso a todos os documentos até então existentes em França, efectuou um extenso e escrupuloso estudo do caso, que dera margem a tantas controvérsias.

No seu relatório concluiu: “O prisioneiro, conhecido pela alcunha de "Máscara de Ferro", era um nobre de Lorena, o cavalheiro De Hermoises, acusado de insuflar uma revolta, conspirando ainda contra a vida de Luis XIV. Jung relaciona De Hermoises com a notória madame de Brinvilliers, cujas poções venenosas haviam acabado com a vida de muitas pessoas e que, sob tortura, confessou a trama que urdiam contra o rei de França.”

 Estas suas conclusões não foram aceites pela maioria das pessoas. O mistério da "Máscara de Ferro", através dos séculos, permanece insolúvel.

Esta história foi muito divulgada quer através da Literatura, quer do cinema. A versão cinematográfica mais recente conta a historia de Homem da Máscara de Ferro com uma particular relação com o rei Luis XIV. Vale a pena ver o filme, quer pelo argumento, quer pelo elenco



Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/history/1624736-misterioso-homem-da-m%C3%A1scara-ferro/#ixzz1TFb9YGvf 

4 comentários:

  1. O filme é bonito mas não me custa a crer que seria antes um ajustezinho de contas e não ser efectivamente o irmão do terrível rei.

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  2. Eu gostei mt do filme! Principalmente do actor principal ;) Um bom filme histórico.

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